... em algum lugar da Argélia

... a data era 10 de maio.

Denbrought, como era conhecido o vampiro Bill , responsável por toda comunicação escrita da Legião Estrangeira. Estavam ali aquartelados e a Legiao oferecia a camuflagem perfeita para o estudioso dos mistérios do Oriente Médio.

As noticias de invasões, batalhas fervilhavam. as nada se comparava ao memorando que estava em suas mãos. Ali os caracteres diziam que Hitler havia invadido a Polônia devastando tudo no caminho, quebrando tratado e com isso a França havia declarado guerra a Alemanha.

O malkaviano, se fosse mortal, estaria arrancando seus cabelos. Não era francês, mas a França o tinha recebido. As visões e as vozes anunciavam a tragédia, só que esperava que não se concretizasse....

Amassou o telegrama, e se colocou de pé, gritando

- Parbleu!

Ao ouvir o grito do tão calmo e comedido journaliste os soldados que passava vieram verificar o que havia ocorrido.

- Monsieur Denbrought ! O que houve??? 

Assim pergunta um conhecido de Bill.

- Há como não gritar perto do que estamos vivendo? - ele perguntou retomando o controle - Aquele garoto deveria ter sido impedido antes de tomar as armas em Berlim. Invadiram a Polônia. Soube disso? Meu peito diz que em breve será Paris!

O soldado que ecarava Bill, sorri.

- Ouvimos o comandante falar nisso, achamos que fosse só boato. Pois ele se desfazia em piadas sobre os chucruts....

Agora o jovem entra no local onde Bill estava e diz.

- Calma Denbrought.... Eles jamais se atreverão ...Com certeza essa aventura do lunatico acaba ...agora.

- Eu não teria tantas esperanças, soldado. - o malkaviano estava sério como há muito tempo não era visto, o ar jovial e angélico que envolvia DEnbrought tinha desaparecido, seus olhos pareciam com um céu tempestuoso perto do inverno.

Algo no olhar do jovem Bill assustou o soldado que logo arrumou um jeito de sair dali. Ao sair encontra outro legionario e em voz baixa comenta.

- Melhor deixar o jornalista em paz.... Ele le tanta noticia ruim que ja esta vendo pelo em ovos.... 

Com risadas baixas os dois saem para cuidar de seus afazeres.

Ele não tinha o que dizer para os soldados, eles mesmos veriam que Bill estava certo. Se colocou de pé e caminhou em direção à liderança do batalhão. Precisava repassar aquela informação.

A noite tinha um céu estreladíssimo, o edificio baixo e caiado do quartel general estava menos de 300mts. O ar estava parado, mas Bill sabia que uma tormenta de acontecimentos estava em algum ponto da malha do destino se formando. 

O soldado de sentinela cumprimenta o jornalista com um sorriso timido. 

- Boa Noite Monsieur ! Em que posso lhe ajudar !

´Bonne Nuit, mon garçon - era irônico Bill chamando alguém de garoto, uma vez que tudo indicava que se tratava de alguém no auge da adolescência ou recém saído dela.

- Trago notícias de casa. Nossos líderes precisam recebê-las.

O sentinela arqueia suave a sobrancelha. Aquele pedido era inusitado a essa hora da noite, mas era de dominio publico que o jornalista de Paris era quem alimentava toda estrutura aquartelada ali. 

- Claro Monsieur ... O comandante está jantando... 

Ele não podia impedir que Bill entrasse, mas o informou que seu comandante estava ocupado, caberia assim ao jornalista entrar ou não.

O malkaviano responde.

- Todos estamos ocupados, talvez o comandante fique irritado com minha entrada, mas tenho certeza que ficará ainda mais irritado se eu não o informar imediatamente do que trago como notícia.

Então, acenou a cabeça e entrou na tenda do comando.

Assim que entra na sala,Bill sente um forte cheiro de polvora e sangue. A besta se agita dentro dele. E com o passar dos segundos aquela amalgama de odores lhe lembra os lilases do Jardim de Luxemburgo em Paris. 

- Bon Soir William !!

O comandante se dirije ao malkaviano enquanto saboreia um prato de sopa de cebola a moda parisiense. 

Entre uma colherada e outra....

- O que lhe traz essa hora aqui.... ?

Os cheiros, os sentidos agitados do malkaviano. Por um, talvez dois instantes seus olhos brilharam mais do que o normal e suas presas se tornaram a mostra, mas a boca permaneceu fechada. Estava chegando a hora de aproximar o comandante do seu sangue? O grande problema era como a mente do militar reagiria ao sangue de malkav.

-Noticias, comandante. E não são boas. Os alemães quebraram o acordo de guerra, invadiram a Polônia e não tem deixado nada sobre nada no caminho. Temo que a paz tenha acabado!

O comandante ergue as sombrancelhas e ouve o que o jovem jornalista diz. Ele o admirava, sua juventude era sempre revigorante. Mas como todo jovem tinha o habito de supervalorizar e potencializar seus pontos de vista.

- Eu imaginei que ele fosse fazer isso... mas tranquilize-se William. Ele é só um lunatico como tantos outros que vimos ascender e cair no esquecimento... Com certeza em Paris, eles já tomaram todas as medidas para que ele seja neutralizado no menor espaço de tempo... 

Olhando sua refeição ele completa. 

- Já jantou ? Quer me fazer ...companhia?

- Infelizmente não posso concordar com o senhor! - ele respondeu, sério. - Todos os informes que recebi apontam que ele não seja só mais um lunático... a estrela sob a qual nasceu Adolf é uma estrela que não aponta o esquecimento peço que acredite, leve em conta as minhas palavras. Vai nos dar mais trabalho que em 1917.

Sentou-se com ele.

- Eu faço companhia a você, entretanto já comi. Estou satisfeito!